sábado, 24 de dezembro de 2011

Leia a Bíblia contra você!

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Sempre una a auto-reflexão com a leitura e o ouvir da Palavra de Deus. Quando você ler a Bíblia ou ouvir sermões, reflita e compare os seus caminhos com o que você leu ou ouviu. Pondere que harmonia ou desarmonia existe entre a Palavra e os seus caminhos. A Bíblia testifica contra todo tipo de pecado e tem direções para qualquer responsabilidade espiritual, como escreveu Paulo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2Tm 3.16,17; ênfase acrescentada). Portanto, quando ler os mandamentos dados por Cristo e seus apóstolos, pergunte-se: Vivo de acordo com essas regras? Ou vivo de maneira contrária a elas?

Quando ler histórias da Bíblia sobre os pecados e sobre os culpados, faça uma auto-reflexão enquanto avança na leitura. Pergunte a si mesmo se é culpado de pecados semelhantes. Quando ler como Deus reprovou o pecado de outros e executou julgamentos por seus pecados, questione se você merece punição semelhante. Quando ler os exemplos de Cristo e dos santos, questione se você vive de maneira contrária aos seus exemplos. Quando ler sobre como Deus louvou e recompensou seu povo pelas suas virtudes e boas obras, pergunte se você merece a mesma bênção. Faça uso da Palavra como um espelho pelo qual você examina cuidadosamente a si mesmo — e seja um praticante da palavra (Tg 1.23-25).

Poucos são aqueles que fazem como deveriam! Enquanto o ministro testifica contra o pecado, a maioria está ocupada pensando em como os outros falham em estar à altura. Podem ouvir centenas de coisas em sermões que se aplicam adequadamente a eles; mas nunca pensam que o que pregador está falando lhes diz respeito. A mente deles está fixa em outras pessoas para quem a mensagem parece se encaixar, mas eles nunca julgam necessitar dessa pregação.

Por Jonathan Edwards, via:

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Bíblia: para ler e compreender

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A Bíblia ou Escrituras Sagradas apresentam a revelação de Deus. Nestes livros, Deus se mostra como quer ser conhecido. A Bíblia nos transmite as palavras que Deus quis que chegassem a nós e o padrão de pensamento e prática que devem acompanhar a vida dos seguidores de Jesus Cristo.

A Bíblia é a fonte de toda nossa teologia e orientação espiritual; nos mostra quem é Deus e suas maneiras de agir; mostra a mais sublime concepção de Deus, um Deus Trindade, tal como ele quis ser revelado; revela-o como sendo pessoal, voltado para relacionamentos, dando a si mesmo através de sua palavra encarnada: Jesus (Jo 1.1,2,14).

A Bíblia é a palavra de Deus e nos impede de pensar e viver de um jeito qualquer. Ela é um livro no qual nos relacionamos com Deus diariamente. Por conseguinte, através da leitura, reflexão, entendimento e obediência à palavra sagrada nos relacionamos com o Senhor e nos ajustamos aos seus padrões.

O conteúdo da Bíblia não é uma tentativa de definir Deus, tão pouco a vida espiritual, mas é um testemunho registrado da revelação de Deus por meio de seus servos, profetas e apóstolos através do sopro do Espírito neles.

Escreveram segundo a intenção total do coração, segundo a consciência que os movia no exercício normal de sua tarefa, com seus estilos literários e seus vocabulários individuais. As personalidades dos profetas não foram violentadas por uma intrusão sobrenatural. A Bíblia que eles produziram é a Palavra de Deus, mas também é a palavra do homem. Deus usou personalidades humanas para comunicar proposições divinas” (Norman Geisler e William Nix, Introdução Bíblica, Ed. Vida).

A Bíblia torna precisa nossa tentativa de conhecer a Deus e sua vontade. Não permite que reduzamos Deus conforme nossas possibilidades intelectuais ou extáticas. As Escrituras nos impelem a conhecermos as possibilidades de Deus, alem das nossas próprias.

No entanto, ler a Bíblia requer-se singela vigilância. Vigilância continua e cuidadosa contra a preguiça e o excesso; vigilância contra as leituras banalizadoras; contra a leitura por pretexto (aquela que interpreta a Palavra de acordo com o desejo do leitor).

A leitura saudável possibilita que o texto coloque em nossa mente o sentido que o Espírito Santo tencionou. Vigilância contra a leitura acadêmica sem qualquer aplicação ou relevância na vida espiritual das pessoas. Vigilância para não tornar a leitura das Escrituras um objeto que despersonaliza seu propósito de relacionamento com Deus, tornando-a um amuleto. Vigilância para ler a Bíblia com diligencia mental e devoção espiritual a fim de relacionar-se com a Trindade (Deus como é).

Por isso, percebe-se na atualidade que um dos aspectos mais negligenciados quando se fala sobre as Escrituras é sua leitura, entendimento e aplicação. Precisamos ler e compreender. Compreender e viver o que elas revelam. Devemos colocar a “leitura bíblica à vida e vida à leitura”. Ler a Bíblia deve nos levar a vivê-la, permitindo que ela dite as regras, participe das nossas emoções, forme nosso caráter e nos dê o privilegio de conhecer o Senhor. As palavras da Bíblia têm poder de produzir transformação interior e intimidade com o Pai.

O objetivo de Deus em registrar sua revelação sempre foi o de  que suas palavras entrem em nós. Quando você abrir a Bíblia almeje ser moldado por ela. Quando você ler a Bíblia, permita ser orientado pelo desejo de conhecer a Deus e incluí-lo em sua vida. Aplique sua mente com disciplina, para dissecar as verdades espirituais reveladas; e aplique seu coração em devoção ao estudar as Escrituras, pronto para obedecer e servir a Deus.

http://ww2.pibcuritiba.org.br/conteudo/item/6118-dia-da-biblia

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Jejum e oração

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Jejum na Bíblia nunca é mencionado isoladamente. Está sempre ligado ao culto e à oração. Jejum não é um fim em si mesmo. Nas palavras de John Stott, o jejum é uma atividade negativa em função de algo positivo. Abstemo-nos de comer ou de outras coisas que nos distraí do Senhor e engajarmo-nos no culto e nas orações a Deus.  
 
Jejum é bíblico, sadio e importante para o crescimento espiritual e o fortalecimento da fé. Cabe a você, ao entender esta prática física-espiritual, definir o que vai abster-se (comida, televisão, chocolate, preguiça, etc.) para poder engajar-se particularmente no relacionamento com Deus.

Richard Foster ensina que quando exageramos em algo (não necessariamente em pecados) e isso nos priva da comunhão intencional com Deus, a isso, podemos e devemos abster-nos, até que nosso coração coloque determinada coisa no seu devido lugar: sempre abaixo das prioridades do Senhor em nossas vidas.

Jejue! Mas Jejue para adorar a Deus e orar. Assim você terá resultados imensuráveis em seu espírito e ministério.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Escola Bíblica de Verão

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Bíblia: alimento espiritual nutritivo para o cristão

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 Os profetas Jeremias, Ezequiel e João nos ensinaram como deve ser nossa postura para com as Escrituras: devemos comê-la. “E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o, e come-o, e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel” (Apocalipse 10:9; Consulte também: Jeremias 15.16 e Ezequiel 3.3). Comer a Bíblia é mais do que tomar notas de um sermão, é ingerir a palavra em nosso viver. A metáfora bíblica para o relacionamento com Deus se parece mais um banquete nutritivo junto com os amigos do que sentar-se a uma biblioteca fria e empoeirada.


A metáfora bíblica de comer as revelações e mistérios divinos nos exorta continuamente: coma a Palavra, se alimente dela, deguste suas palavras, digira os seus textos; mas, não confunda o tipo de alimentação nutritiva, bem realizada, experimentada sem pressa e saboreada em detalhes com o tipo de alimentação que a atualidade tem imputado a nós, que é a alimentação fast-food.


Os fast-foods têm tirado de nós a experiência de mastigar com prazer e engolir sem pressa o que nos é oferecido; fez da prática e hábito de leitura-alimentação bíblica irrelevante para a vida de alguns, que não permitem ter suas vidas transformadas por Deus. A leitura bíblica apressada, casual e irreverente não gera fortalecimento espiritual, pois não é metabolizada no espírito, tornando-se parte de seu viver. 


A leitura-alimentação espiritual fast-food não instiga a mente a pensar em Deus, nem a uma experiência de obediência ao Senhor. Ela pode ser rapidamente ingerida, mas não permanece em nós; faz os paradoxos “barriga cheia, mas ainda com fome” e “aparentemente bem nutrido, mas com anemia no sangue”.  

Nossa alimentação espiritual quando realizada como um processo, com calma, com prazer, com degustação profunda, diária, reverente e espiritual nos leva a um relacionamento intenso com Deus, ao conhecimento de seu caráter e sua vontade a cada dia mais e mais.


Leia sua Bíblia, se preciso ir à biblioteca para concentrar-se em estudá-la meticulosamente, faça! Mas principalmente coma a palavra de Deus estudada, digerindo as verdades eternas em seu metabolismo espiritual. 

Com certeza, esta metáfora da alimentação ainda tem várias outras aplicações, você poderá ampliá-la e enriquecê-la para seu relacionamento com Deus através da Bíblia. Fica minha sugestão: aproveite seu dia pensando na metáfora, mas depois coma a porção diária de alimento bíblico que Deus reservou para você.



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Faça a diferença, e faça bem feito

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Uma das funções bíblicas de um ministro de Deus é preparar pessoas para o cumprimento efetivo de sua vocação. A Bíblia é clara e até ousada em ensinar que os líderes espirituais são responsáveis pela formação espiritual de seus liderados.

"Tome os ensinamentos que você me ouviu dar na presença de muitas testemunhas e entregue-os aos cuidados de homens de confiança, que sejam capazes de ensinar outros". (2Timóteo 2:2 NTLH).

O líder bem-sucedido é aquele que pode ser substituído por alguns de seus bons liderados. Alguém já disse que o sucesso de um líder é tornar o seu sucessor bem sucedido. E eu gosto muito desta idéia.

Por ter este chamado bem claro, tenho dedicado boa parte do ministério que Deus me delegou na formação cristã e ministerial das pessoas. Não só daqueles que sentem um chamado especial para o ministério da Palavra ou do trabalho no campo missionário, mas para que todos sejam efetivos ministros de Deus, usem bem os seus dons, encontrem seu espaço e papel no corpo de Cristo e realizem seu chamado da melhor maneira possível.

Todos que temos um compromisso vivo e radical com Cristo, possuímos um chamado. Gosto das palavras de John Stott quando disse que a vocação da Igreja é ser fiel a sua identidade; e que sua identidade é ser separada exclusivamente para Deus.

Assim é nosso chamado: separação dos valores filosóficos da cultura atual, do egocentrismo e das instituições satanizadas para viver e servir a Cristo com o que somos e temos. Alguns o fazem de modo integral na liderança do rebanho de Deus, outros, senão a maioria, voluntariamente. Mas todos damos contas a Deus do que fazemos com nossos dons, paixões, habilidades e experiências para o avanço do Reino de Deus.

É uma alegria conversar com as pessoas que querem aprimorar seus dons e talentos para o cumprimento de seu chamado. Para alguns, o ingresso na Faculdade Teológica é o mais adequado; para outros, sua admissão no Centro de Formação Ministerial da nossa igreja é o ideal. Talvez alguns precisem "começar pelo começo", passando pela linha básica de ensino, integrando-se na igreja, começando com o voluntariado ministerial. Para outros, o estudo de línguas árabe, mandarim e indígenas sejam boa opção. É preciso sabedoria na escolha das ferramentas que irão lapidar suas convicções de chamado e das ferramentas no cumprimento da sua missão. 

Porém, terei sempre uma alegria diferenciada ao ver, ouvir e caminhar com pessoas que têm fome e sede da Palavra de Deus, com gente que quer ser e fazer mais pelo Reino de Deus, com aqueles que compreendem que o Evangelho é o Caminho e fazem de suas vidas instrumentos na propagação desta benção. Me realizo ao perceber que irmãos querem crescer em suas possibilidades ministeriais para fazer a vontade de Deus e fazê-lá com excelência.

Como você tem respondido ao seu chamado pessoal? Que ferramentas tem utilizado para crescer efetivamente neste processo? Seu serviço na casa de Deus é bem feito e tem influenciado vidas para que elas cumpram também seus ministérios? (cfm@pibcuritiba.org.br).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Expedição Bíblica 2012

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Em Abril de 2012 teremos a segunda expedição bíblica sob liderança dos pastores Igor Baumann e Paulo Davi e Silva. Destino: Turquia, Grécia e Israel. 


Na Turquia, solo que foi palco de eventos históricos relacionados com a Bíblia, conheceremos os lugares correspondentes a Anatólia, Antioquia da Psidia, Colossos, Éfeso, Esmirna, Filadélfia, a região da Frígia, Galácia, Laodiceia, Patmos, Pérgamo, Pérge, Sardes, Tarso, Tiatira, Trácia e Trôade, entre outros pontos turistícos que envolvem a religião.

Na Grécia, nos concentraremos nos caminhos por onde andou o apóstolo Paulo e outros seguidores de Jesus, como: Tessolônica, Macedônia, Corinto, Creta, Bereia, Atenas; lugares como o Aerópago, Partenon e a Acaia. Conheceremos o que foi a antiga capital do cristianismo, Bizancio; entre outros lugares históricos vinculados à cultura helênica.

Em Israel, visitaremos lugares importantes da história bíblica: Qumran, Mar Morto, Monte Nebo, Tiberiádes, Mar da Galiléia, Cesaréia de Filipe, Rio Jordão, Monte das bem-aventuranças, Monte Hermon, Cafarnaum, Jericó, Caná, Nazaré, Monte Carmelo, Vale do Armagedon, Cesaréia Maritma, Jope, Jerusalém, Monte das Oliveiras, Jardim Getsemane, Cenáculo, Tumba de Davi, Belém, Maquele da cidade antiga, Museu de Jerusalém, Belém, Via Dolorosa, Monte Calvário, etc. 

O foco de nossa expedição é mais que cultural, é de aprofundamento nas Escrituras e missionário. Queremos que pessoas sejam edificadas por meio da Palavra de Deus explicada in locu nos lugares que deram origem às histórias e envolveram os personagens que nos inspiram a servir a Deus nas páginas da Bíblia.

As inscrições estão abertas. Contato: cleide@missionar.com.br

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Igreja é a Comunidade da Ressurreição

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As histórias da ressurreição de Jesus nos causam fascínio, perplexidade e ânimo. Sua ressurreição foi histórica (Mt 28.1-20). Aconteceu no domingo seguinte a sua morte na cruz (Mc 16.1-20). Ele apareceu primeiro para as mulheres que, após o shabbat, foram ungir seu corpo (Lc 24.1-12). Ele caminhou um dia todo em viagem com Cleópas e outro discípulo (anônimo) rumo a Emaús (Lc 24.13-32). Ele surgiu entre os discípulos entregando-lhes a sua paz e seu Espírito (Lc 24.33-43; Jo 20.19-23). Ainda entre os discípulos, comissionou-os como testemunhas da ressurreição (Lc 24.44-49; At 1.8-11). 

O Evangelho segundo João traz uma narrativa após a ressurreição de Jesus e os dias que antecederam sua ascensão (Jo 20-21). Jesus apareceu a Paulo, que relatou que ele esteve entre vários irmãos e explicou o significado da ressurreição para esperança cristã (1Co 15.3-8; 15.12-58). Ele tem se revelado pessoalmente através de seu Espírito a todo aquele que nele crê (Jo 14.21,23; Rm 8.16).

Com tudo isso, queremos dizer que o ponto de partida da vida em comunidade é a ressurreição de Jesus. Com a ressurreição e ascensão de Jesus a vinda do Espírito da promessa (Jo 14.15-20; 16.5-11). O Espírito Santo potencializa a ressurreição de Cristo em nossas vidas (Rm 6.3-11; 1Co 15.12-22). Estamos sendo vivificados em Cristo em nossa condição atual de santificação e transformação pessoal (Ef 2.4-10; 1Ts 5.23,24; 1Pe 1.13-21). 

O Espírito é quem torna o morto a viver. É uma ação sobrenatural porque ninguém consegue alterar a realidade da morte. Portanto, a ressurreição – descortinada a partir de Cristo – nos torna exclusivamente dependente da ação sobrenatural da ressurreição. A ressurreição é a base para descobrirmos que vida cristã deve ser vivida no e pelo Espírito Santo (Rm 8.11)[1]. A comunidade da ressurreição é gerada e subsiste a partir da ressurreição de Jesus aqui no mundo. 


Portanto, Igreja é bênção de Deus. Não se pergunte por que deve fazer ou não parte de uma comunidade cristã, mas sim como fazer parte de uma comunidade!


[1] A palavra Espírito é a mesma utilizada para vento, fôlego e sopro nos original hebraico e grego. São metáforas que designam a ação do próprio Deus dentro de nós. Nas mais variadas línguas, Espírito – Spirit, Espíritu, Garu, Spirit, Дух, Ducha – denota que a vida cristã é decorrente da habitação do Espírito Santo nos seguidores de Jesus (Rm 8.11).

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Vida Sob Influência do Espírito Santo

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Leiamos o Evangelho segundo João, 20.19-23

Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!”. Tendo disso isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se quando viram o Senhor. Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio. E com isso, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo. “Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados”.

O Cristo ressurreto “respira fundo”[1] e sopra o Espírito Santo na sua comunidade reunida. O relato de João sobre o sopro de Jesus nos remete para a gênese da formação do ser humano, embrião da comunidade adâmica (Gn 2.7). Deus sopra seu fôlego nas narinas do homem (adam) que acabara de formar do pó da terra (adamah). Nos relatos das origens atestamos Deus criando as pessoas para viver em comunidade (Gn 1.27,28; 2.18-25). “Não é bom que o homem esteja só” é a razão de Deus formar a mulher para sua companhia e ajuda. Conseqüentemente, através da primeira família Deus dá inicio a humanidade. Nascemos em comunidade, crescemos em comunidade e morreremos em comunidade.
João estava iniciado nestes termos. Mas acrescenta um tom diferente. Além da vida biológica acrescenta a idéia de uma nova vida. A vida recebida do Salvador Jesus. A vida com o “fôlego” do Espírito Santo. Em João o fôlego de Deus Criador que dá vida, singularidade e origem a comunidade adâmica é identificado como o fôlego de Jesus Deus-Salvador que dá vida espiritual e eterna a Igreja. O evangelista João nos inicia na comunidade que recebe o sopro – Espírito – de Jesus: a Igreja.
O Espírito de Jesus soprado sobre seus discípulos inaugura uma nova comunidade na Terra. Jesus nos convida a participarmos desta comunidade que recebe seu Espírito Santo. O ser humano só encontra vida, harmonia social e existencial e propósitos onde Deus está inserido. Neste caso, Deus é inserido por Jesus dentro das pessoas, ou seja, por Cristo Deus em nós. Somos convidados a assumir nosso lugar na comunidade sagrada que recebe o Espírito Santo.
A presença do Espírito Santo nos discípulos de Jesus marca uma transformação de ordem, realidade e identidade. A comunidade adâmica tornou-se independente de Deus ficando a mercê de sua própria sorte (Rm 1.18ss). As conseqüências decorrentes do pecado foram separações, gerando desordens, caos e desajustes espirituais, existenciais, sociais, físicos e cósmicos (Rm 3.23; 6.23; 8.19-22; Ef 2.1-10). Criados em santo amor para liberdade e comunidade, tornamo-nos escravos [do pecado] e alienados [de Deus e sua Criação]. Mas há esperança. A esperança para libertação do pecado e suas conseqüências está em Jesus Cristo.
O evangelho segundo João tem como propósito revelar em Jesus a restauração desta comunidade (Jo 5.24; 20.30,31; Rm 5.12-21). Nesta comunidade de Jesus é inaugurada uma nova criação de Deus (2Co 5.17; Ef 4.23,24). Comunidade que passou da morte (nekros) para a vida (zoe). O propósito do evangelho segundo João é descrito na interpretação do escritor após o relato daquela tarde da ressurreição: levar-nos a crer em Jesus, a Palavra [Verbo, logos] encarnada. O prólogo joanino atesta que aqueles que receberam a Palavra da Vida se tornaram filhos de Deus, nascidos do Espírito Santo (Jo 1.10-14).
Conforme Dodd, em consenso com grande parte dos estudiosos, o proêmio joanino é composto de duas partes[2]. O prólogo (1.1-18) e o testemunho (1.19-51). Os quatro Evangelhos, em seu início, mostram uma figura preliminar à pessoa de Jesus, a testemunha da boa-notícia da vinda do Messias: João, o batizador. João evangelista (em conjunto com Marcos) apresenta João “Batista” no caráter de uma testemunha. Nos lábios desta testemunha encontram-se as palavras do livro de Isaías. Sua missão não é apenas predizer a chegada do Messias, mas apontar Jesus como tal. João Batista compreende que Jesus, seu primo, é o Messias. João Batista testificou a presença do Espírito em Jesus (Jo 1.32-34).
O Espírito Santo desceu sobre Jesus e permaneceu nele, conferindo-lhe a identidade messiânica. Por causa da presença do Espírito em Jesus é que derivam os sinais que se seguem nos escritos joaninos. Sendo que, cada sinal, tem como objetivo sinalizar a chegada do Messias[3]. É através do Espírito Santo que a identidade de Jesus é sinalizada. Jesus é o iniciador da nova ordem do Espírito. Está testemunhado pelas Escrituras Sagradas dos judeus, nosso Antigo Testamento, pelo “último representante da sucessão profética” – a saber, João Batista, e pelos apóstolos escolhidos de onde se derivam os escritos cristãos e a continuidade da missão evangélica (Jo 17.20,21; 2Tm 3.16,17; Ef 2.8,9).
Somos dependentes da iniciativa, sustento e confirmação da Palavra de Deus. Somos dependentes da Palavra criadora, salvadora e santificadora que existe e subsiste sem sequer termos existidos ou tido conhecimento dela. Somos dependentes da aplicação pessoal do Espírito da obra da cruz e da ressurreição em nós (1Co 12.13; Ef 1.13,14). Salvação é obra única e exclusiva do Espírito. O novo nascimento é a prefiguração da ressurreição pelo Espírito. Nossa vida em Jesus deve ser na mesma dependência e relação com o Espírito Santo.
O Espírito Santo não é um coadjuvante de uma ação central, ele é a ação central de Deus. Espírito e Palavra apresentam a mesma ligação orgânica. Espírito e Palavra encarnada, Jesus, da mesma forma, apresentam a conexão e unidade trinitária (Jo 17.11,23). O Espírito que se movia (merahepet) na pré-criação, dando ordem ao caos (tohu e bohu) e é soprado da boca do Criador na formação e gênese da comunidade adâmica (humanidade) é o Espírito que desce e permanece em Jesus e é soprado de sua boca na gênese e formação da comunidade cristã, a Igreja de Cristo.
A obra do Espírito Santo na vida da comunidade dos discípulos de Jesus é formar neles, em nós, a identidade de Jesus; é nos capacitar para o cumprimento da missão de Cristo (“que o mundo creia que tu me enviaste”, cf. Jo 17.3,21). O Espírito Santo está restaurando nossa vida corrompida pelo pecado, gerando as qualidades de Deus visíveis em nós, mortificando nossa natureza adâmica corrompida pelo pecado e nos conduzindo em triunfo (Jo 14.26; 16.8-13). O Espírito Santo é a presença de Jesus em nós para realizarmos a obra de Jesus e nos comunicarmos com ele (Jo 14.12-14; 16.26,27; Rm 8.26).
“Recebam o Espírito Santo”, é dito por Jesus como sinal do cumprimento das profecias messiânicas e dos fins dos tempos; naquela tarde Jesus cumpriu sua promessa (Jl 2.28-32; At 2.14-24). “Recebam o Espírito Santo” é dito por Jesus quando a comunidade estava reunida. Na versão de Lucas, narrando a descida do Espírito Santo, a comunidade estava reunida “num só lugar” (At 2.1). A Igreja é uma comunidade. Somos uma comunidade, não fomos criados para viver sozinhos. “Recebam o Espírito Santo” é a fala de Jesus que marca o batismo no Espírito, imergindo os seus discípulos na vida da Trindade.
Com isso, João acrescenta mais um elemento essencial à vida cristã além do “vento” ou “fôlego”; ele insere a figura da água. O batismo nas águas, símbolo do batismo no Espírito Santo, em nome de Trindade torna-se um sinal visível do ingresso na comunidade por aquele que nasceu do Espírito (At 2.38; Rm 6.3,4).
Vivemos onde Deus está inserido pelo seu Espírito. Através do recebimento do Espírito Deus está em nós. Na prática, Deus esteve entre nós em Jesus e hoje está em nós pelo Espírito. O potencial sobrenatural da ressurreição para ter a vida de Jesus em si e continuar a obra que ele outorgou a nós já foi entregue (soprado) pelo Senhor, “Recebam o Espírito Santo”, nos diz. Portanto, vivemos melhor quando convivemos entre a comunidade dos que nasceram do Espírito, aos quais ao convivermos pela fé no poder da ressurreição diariamente, aprenderemos a nos chamar irmãos e amigos, companheiros do mesmo Caminho.


[1] Texto de João 20.22,23 baseado no entendimento da versão parafraseada da Bíblia em inglês The Message: “Then he took a deep breath and breathed into them. "Receive the Holy Spirit," he said. "If you forgive someone's sins, they're gone for good. If you don't forgive sins, what are you going to do with them?Destaque para a expressão “a deep breath”, traduzida por “respiração profunda”.
[2] DODD, Charles H. A interpretação do Quarto Evangelho. São Paulo: Ed. Teológica, 2003, p.383-385.
[3] Para um estudo cristão sobre o “livro dos sinais”, ou seja, João 2 à 12 consulte “Creia em milagres, mas confie em Jesus”, de Adriam Rogers. Adriam Rogers, pastor batista nos EUA, escreveu um livro sobre os sinais relatados no quarto evangelho cujo titulo nos chama a atenção: Creia em milagres, mas confie em Jesus [Believe in miracles, but trust in Jesus] (Ed. Eclésia). O título deste livro nos chama a atenção porque indica claramente o objetivo de cada sinal realizado por Jesus no relato do quarto evangelho.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lei e graça: antagônicos ou complementares?

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A lei ou religiosidade dos escribas e fariseus não era baseada na essencia do Antigo Testamento, ou sua Bíblia Hebraica, mas no legalismo desenfreado que construíram (conforme, Mateus 5.17-20). Tais "leis" eram menos ou mais do que as Escrituras judaicas estabeleciam. Faltava-lhes o equilibrio, a retidão e o exercício da justiça.

Quando Jesus, segundo Mateus, afirma que cumpriu a lei, significa que ele obedeceu literalmente a essência da lei. Dizer que Jesus cumpriu a lei não significa que ele anulou o Antigo Testamento, nem mesmo que ele é o ponto final de tal revelação. Mas que ele levou à cabo a revelação de Deus no Pentateuco, Profetas e Poéticos. Portanto, o Antigo Testamento tem validade para os cristãos: Jesus acreditava que o "Tanak" era palavra de Deus, revestida de autoridade.

Em outras palavras, o relacionamento entre lei e graça é possível desde que entendamos que nossa salvação independe da lei, mas Jesus não nos isenta da lei como princípios para a vida dos seus seguidores. Somos salvos pela graça do Senhor e podemos contar com os conselhos de toda a Escritura (judaica-cristã) para nossa experiência de fé. Como podemos, pois, aplicar a Lei ou o Antigo Testamento hoje? É a partir de uma hermenêutica cristocêntrica que podemos estudar e obedecer plenamente a mesma Lei (em essência) que Jesus obedeceu.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ao pregador e professor cristão

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Jonathan Edwards disse: "Penso ser minha obrigação elevar as emoções de meus ouvintes o mais alto possível, desde que tais sentimentos estejam vinculados a nada mais que a verdade, e que não estejam em desacordo com a natureza daquilo a que estão afeiçoados". Ele pronunciou tais palavras quando fora criticado por fazer parte dos movimentos emocionalistas de seu tempo. Em parte, é até esperado que num reavivamento espiritual como o da época de Edwards as pessoas sejam envolvidas pela verdade de Deus em suas emoções, além do aspecto cognitivo e intelectual da fé. Para Edwards era impossível desassociar uma pregação profunda e doutrinária com o alcance das emoções do ser humano.

Anos depois de Edwards, Charles Spurgeon, considerado como "Príncipe dos pregadores" disse ser improvável que alguém que conheça a Bíblia profundamente não seja afetado por ela em todas as dimensões como ser humano: "Nada faz um homem mais virtuoso que a crença na verdade. Uma mentira doutrinária irá logo produzir uma prática mentirosa. Um homem não pode ter uma crença errada sem em algum momento futuro ter uma vida errônea. Eu creio que uma coisa naturalmente leva à outra". A pregação de profundidade é necessária para que as igrejas locais sejam edificadas e fortalecidades na verdade.

Edwards afirma que "‎se um ministro tem luz sem calor, e entretém seu auditório com discursos eruditos, sem o sabor do poder da piedade, ou sem qualquer manifestação de fervor de espírito, de zelo por Deus e pelo bem das almas, ele pode gratificar os ouvidos de seu povo com coceira e encher sua mente com noções vazias [...] E se, por outro lado, ele for impulsionado por um zelo ardente e excessivo, por um calor veemente, mas sem luz, ele provavelmente acenderá uma chama não santificada em seu povo, inflamando suas paixões e afeições corruptas; mas nunca os fará avançar, nem os conduzirá um passo em direção ao céu, mas os conduzirá rapidamente em direção oposta".

Portanto, o pregador e professor cristão deve(m) ter calor e luz em sua vida. Tais elementos devem aquecer e iluminar seu povo. Sua obra primordial é levar luz à mente e calor ao coração. Ao estimular e inspirar com sua vida e tarefa as mentes e sentimentos das pessoas, certamente as conduzirá à transformações significativas e em mudanças de seus comportamentos. O compromisso de expor a Verdade com autenticidade é indispensável ao pregador e professor cristão.

"Prega a Palavra" [...] "o que ensina, ensine".

domingo, 4 de setembro de 2011

Um conselho sobre comunicação

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O povo não pode vir aos serviços de desconhecem que esses estão acontecendo em uma ou outra reunião. O gasto publicitário é muito grande se deixado somente as autoridades de casa que o façam - mas, se cada pessoa divulgasse as notícias,  teria-se assim um meio de publicidade muito mais efetivo, e podendo se realizar em grande escala, com muito pouco desembolso. Se não podem pregar o Evangelho, ainda assim, podem ganhar uma alma dando a conhecer que o Evangelho está sendo pregado.  Charles H. Spurgeon.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Você participa da escola bíblica?

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Ministério de Ensino

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O Centro de Formação Ministerial da Primeira Igreja Batista de Curitiba se encontra junto à Área Ministerial de Educação Cristã desta igreja. Esta Área é responsável pelo ensino de toda a igreja local. Fazemos isso através de cursos, palestras, treinamentos, formações continuadas, encontros de ensino, seminários, etc. que configuram a nossa escola bíblica. Nosso mais recente trabalho e desafio é o CFM, que recebe alunos da PIB e de outras igrejas evangélicas para se capacitarem para a obra de Deus em seus ministérios e vocação. Nossa oração é que Deus gere sede e fome de conhecimento de Deus e sua vontade e toda a igreja se envolva no processo de crescimento espiritual, seja na escola bíblica, seja no CFM. Acesse: www.pibcuritiba.org.br/cfm e obtenha mais informações de como pode participar! 

terça-feira, 28 de junho de 2011

A importância das Escrituras na vida cristã

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"Eu quero um avivamento das antigas doutrinas. Não conhecemos uma doutrina bíblica que, no presente, não tenha sido cuidadosamente prejudicada por aqueles que deveriam defendê-la. Há muitas doutrinas preciosas às nossas almas que têm sido negadas por aqueles cujo ofício é proclamá-las. Para mim é evidente que necessitamos de um avivamento da antiga pregação do evangelho, tal como a de Whitefield e de Wesley. As Escrituras têm de se tornar o infalível alicerce de todo o ensino da igreja; a queda, a redenção e a regeneração dos homens precisam ser apresentadas em termos inconfundíveis". Charles H. Spurgeon.